Era uma vez uma barata cascuda, que não
queria se casar, queria mais era atentar a dona de casa, sabe-se lá do que ela
estava sobrevivendo dentro do guarda-roupa, pois não aparecia nada, ruído nenhum, só
cocozinho preto. Vez em quando, depois de uma limpeza, de uma tempestade de
spray, numa batalha de sobrevivência, ela quase asfixiada pensava:
─ he he he, ufa, foi por pouco essa,
to zonzinha, mas to aqui leve livre e solta! Ai ai, nem me pega, nem me mata!
Fazia pouco caso da dona da casa...
Certo dia, a
dona da casa, e do guarda-roupa, resolveu pegar uma caixa baú para rever umas
fotos antigas. Quando abriu... Surpresa! Cheio de bostinha, e um friviado
(barulhinho) danado, ela tentando se esconder.. .Como? Quase não havia brecha!
A senhora tinha
nojo sim, medo não, foi mexendo devagar
para ver se avistava a dita cuja Mexeu,
mexeu e nada!
Pegou o spray à
base de citronela, próprio também para barata (assim constava no rótulo), sem
dó nem piedade espirrou... Colocou a caixa no chão, mexeu nas fotos e nada de
barata, virou de cabeça pra baixo,
nada...
Procurou-a no chão, nada quando
olhou...Surpresa! A barata, nas suas pernas batendo as asinhas, parecia que
estava morrendo de rir da senhora.
A dona da casa
, do guarda-roupa e da caixa baú de fotos, perdeu a paciência, deu uma sacudida
na perna, ela caiu ciscando de costa no
chão , com as mãozinhas postas, parecia que estava rezando e...
Plaft, chinela
nela, foi o único jeito de vê-la dar um último suspiro, com as patinhas postas
como se estivesse rezando, com cara cínica de riso.