Despedida
da Infância
Infância abreviada neste mundo moderno, perdida
entre tudo o que representa a tecnologia moderna,tudo facilitado, mastigado.As
crianças, precocemente estão dando adeus
a infância mais cedo, namora-se mais cedo, não como nos velhos tempos da vovó,(casavam-se
por escolha familiar) os tempos são outros, são carregados de malícias e
futilidades .
Então,
eles cresceram?! Eis a questão: crescer não é sinônimo de amadurecer para a
vida , crescem de tamanho,de hormônios, de cabecinha, não.
Quando há um raro diálogo entre um adulto e
elas, se resume em respostas “hum hum, ah tá, não sei...”, crianças que estão
crescendo sem leituras em livros,sem saber questionar, sem formação de opiniões, limitam-se ao
conhecimento didático, uns decorebas de fórmulas.
Pensando nesta
atual situação escrevi uns exemplos:
Metáforas ou
parábolas?
Disseram um dia
“semeie a semente” elas irão regar
As sementes
foram semeadas, ninguém a regou, murchou.
Disseram um dia:
”plante um jardim e verá”
Que as
borboletas, abelhas, beija-flores virão...
O jardim foi
plantado. As flores brotaram...
Nem as
borboletas, nem as abelhas,
Nem beija-flores vieram.
Disseram um dia
“plante uma árvore,
Esta lhe dará
sombra e os pássaros virão cantar”.
A árvore foi
plantada, cresceu,
Os pássaros
imigraram para qualquer lugar
Restou a sombra
que ela dar
O Jardim ainda
existe, no silêncio de tudo.
Mudo , colorido,
esperando as borboletas.
Dora Duarte