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Contos, poesias,brincadeiras tradicionais, cantos e cantigas de roda, para gente miúda e graúda, desde que deixe a criança que existe em você se soltar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Os Palitos Soldadinhos(Conto)



                             Os Palitos Soldadinhos



Por esta a monitora de adolescentes  de um acampamento não esperava. Naquele final de tarde fatídica, onde quase todos já se arranjavam para recolher, ela deu falta de um deles. Com seu longo apito juntou todos, contou, recontou e realmente faltava o mais desobediente. Pediu que todos fossem  para a barraca, ela teria que ir procura-lo pelas redondezas, chamando-o com as mãos em formas de conchas e nada...

Quando se deu conta, já havia avançado boa parte da mata fechada. Escureceu  rapidamente, o silencio se fez presente, apenas o piar da  coruja.  O que fazer? Nem achou o “desobediente” e acabou ela mesma se perdendo, justo ela que tinha feito curso de salvamento e sobrevivência na floresta, saiu desprevenida sem a bússola , achava que o menino poderia  estar  pelos  arredores. Que nada! Assim naquela escuridão, nem lua, nem estrela para iluminar havia.

Caminhando sem saber do  seu paradeiro, ouvindo seus passos firmes nas folhas, sentiu e ouviu algo fazendo um barulhinho nela: “fo,fo,ro,fo,fo ro”, lembrou-se do que era e seria a sua tábua de salvação . Esfriava, perdera a noção de quantas  horas  tinha caminhado. Muita sorte estar com duas coisas importantes naquele momento, o seu lenço inseparável , embrulhou-se nele e ela , a ilustre caixa de fósforo. Segurou firme nela, pensou naqueles “palitos soldadinhos”,  tanto  matavam como salvavam e assim que os imaginavam dentro daquela caixa –  se faço uma fogueira e causo um incêndio?! Mataria todos os animais, inclusive ela -.

Pensou, pensou, mata fechada... o que fazer? Eureca! Juntou folhas secas e verdes para fazer muita fumaça, riscou quantos fósforos foram necessários e assim formou-se uma  fumaceira. Não  tinha duvida nenhuma que um dos responsáveis , ou mesmo os jovens já teriam chamado o socorro, quem sabe o fujão já teria ate aparecido. De  repente um barulho ensurdecedor de hélice aproximou , uma luz naquela escuridão , acenou o seu lenço no alto,que  quase foi engolido pelo vento artificial , ouviu uma voz muito forte e uma corda ao seu alcance. Final da história o fujão já tinha voltado, levou uma bronca dela, enfim tudo se resolveu. Ufa, bendita  caixa de fósforo e seus soldadinhos!

                                         ( Dora Duarte)

Um comentário:

Albertina Fonseca disse...

Que aventura linda e emocionante! Bjs

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