Coisas de Criança

Coisas de Criança é...Brincar

Coisas de Criança é...Brincar
Contos, poesias,brincadeiras tradicionais, cantos e cantigas de roda, para gente miúda e graúda, desde que deixe a criança que existe em você se soltar.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Noite Azul(cantiga de natal)


                                                             Noite azul

Sem igual
Deus nos deu
Um Feliz Natal,
Nosso lar está cheio de luz,
Paz na Terra nasceu Jesus!
Toco o sino de Natal
Lá na catedral
                                                Nosso lar que meu amor
                                               Vou pedir ao senhor!
 
                                                          Dora Duarte

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Leilão de Jardim(série grandes poetas brasileiros)





                                                                  Leilão de Jardim



Quem me compra um jardim
com flores?

borboletas de muitas cores,

lavadeiras e passarinhos,

ovos verdes e azuis

nos ninhos?




Quem me compra este caracol?


Quem me compra um raio de sol?

Um lagarto entre o muro e a hera,

uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?

E este sapo, que é jardineiro?


E a cigarra e a sua canção?

E o grilinho dentro do chão?

(Este é meu leilão!)
Cecília Meireles

domingo, 18 de novembro de 2012

As Borboletas (série:grande poetas brasileiros)


As borboletas


Brancas
Azuis,amarelas

E pretas Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!


 

Vinicios de Moraes, poeta,compositor, intérprete:nasceu em 19/10/1913 na Gávea Rio de Janeiro.Compôs a famosa música “Garota de Ipanema. Faleceu em 09/07/1980.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A lingua do nhem, nhen. nhen( série :grandes poetas brasileiros


                                                         Cecília Meireles

A Língua de Nhem
 

Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem


Celília Meireles, nasceu em 07 de novembro de 1901,
na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi poetisa, professora e jornalista.Faleceu em 09 de novembro de 1964

domingo, 4 de novembro de 2012

Bola de gude(série: grandes poetas brasileiros)


 

 

Bola de gude


A maior bola do mundo
é de fogo e se chama sol.
A bola mais conhecida
é a de jogar futebol.
Certa bola colorida
jogar bem eu nunca pude
é de vidro essa bandida
e chama-se bola de gude.


 
   Autor: Ricardo Azevedo, paulista, nasceu em 1949...È escritor   e ilustrador, autor de mais de 100 livros para criança e adolescente.
 

domingo, 28 de outubro de 2012

O sabão (série grandes poetas brasileiros)


O SABÃO



Azeite e água brigaram

Certa vez numa vasilha,

Vai tapona, vem tabefe,

Luta velha ali fervilha.

Eis então, a apaziguá-los,

A potassa se apressou,

Todos três se combinaram

E o sabão daí datou.
 

Monteiro Lobato:
nasceu em Taubaté, SP em 1882 e faleceu em 1948.
Considerado o pai da literatura infantil brasileira.

sábado, 20 de outubro de 2012

A boneca (série grandes poetas brasileiros)





A Boneca

Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
 

Dizia a primeira: "É minha!"
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largavam
.

Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.









E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca ...

 
 
Olavo Bilac
nasceu  no Rio de Janeiro no dia 16 de dezembro de 1885 e faleceu dia 28 de dezembro 1918.
Grande jornalista brasileiro, escreveu a letra do hino da bandeira.

 

domingo, 14 de outubro de 2012

Meus oito anos(Série: grandes poetas brasileiros)



                            Meus oito anos

Oh que saudade que eu tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

A sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias

Do despontar da existência!

Respira a alma inocência

Como o perfume da flor:

O mar é  lago sereno,

O céu Um manto azulado,

O mundo um sonho dourado,

A vida um hino de amor!

Que auroras, que sol, que vida,

Que noite de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar,

O céu bordado de estrelas

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

Oh ! Dias da minha infância!

Oh meu céu de primavera!

Que doce a vida era

Nessa risonha manhã!

Em vez de mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

Da minha mãe as carícias

E beijos da minha irmã!

 

Livre filho das montanhas

Eu ia bem satisfeito,

De camisa aberta ao peito,

Pés descalços, braços nus

Correndo pelas campinas

À roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

 Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas

Brincava à beira do mar:

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo,

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

Oh que saudades  que eu tenho...

Cassimiro de Abreu, nasceu em Barra de S. João, RJ, em1839 e faleceu em 1860.

 

 

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MENSAGEM DA CRIANÇA





Mensagem da Criança
 
Dizes que sou o futuro.
Não me desampares no presente.
Dizes que sou a esperança da paz:
Não me induzas a guerra.
Dizes que sou a promessa do bem:
Não me confies ao mal.
Ensina-me o trabalho e a humildade,
O desolamento e o perdão.
Compadece-te de mim e orienta-me
Para que eu seja bom e justo.
Corrija-me enquanto é tempo,
Ainda que eu sofra...
Ajuda-me hoje para que amanhã
Eu não te faça chorar.
 
                       Desconheço o autor

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Banho de chuva



  

Quem não gosta de um banho de chuva?
Chuva de verão, banhar o  corpo e alma
Correr, pular, escancarar a boca para o alto
É tão bom, chutar poças d’água.
 
Para que fugir dela?
Não tomamos banho de mar?
Não em tempestade ventosa
Ou em chuva  ácida, poluída.
Deixa a chuva  molhar ,
Escorregar pelos cabelos...
Não tenhas medo,
Experimente, é bom!
 

   Dora Duarte

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Baratinhosa


 

               Era uma vez uma barata cascuda, que não queria se casar, queria mais era atentar a dona de casa, sabe-se lá do que ela estava sobrevivendo dentro do guarda-roupa, pois não aparecia nada, ruído nenhum, só cocozinho preto. Vez em quando, depois de uma limpeza, de uma tempestade de spray, numa batalha de sobrevivência, ela quase asfixiada pensava:

      he he he, ufa, foi  por pouco essa, to zonzinha, mas to aqui leve livre e solta! Ai ai, nem me pega, nem me mata!

 Fazia pouco caso da dona da casa...

Certo dia, a dona da casa, e do guarda-roupa, resolveu pegar uma caixa baú para rever umas fotos antigas. Quando abriu... Surpresa! Cheio de bostinha, e um friviado (barulhinho) danado, ela tentando se esconder.. .Como? Quase não havia brecha!

A senhora tinha  nojo sim, medo não, foi mexendo devagar para ver se avistava a dita cuja  Mexeu, mexeu e nada!

Pegou o spray à base de citronela, próprio também para barata (assim constava no rótulo), sem dó nem piedade espirrou... Colocou a caixa no chão, mexeu nas fotos e nada de barata, virou  de cabeça pra baixo, nada...

 

 Procurou-a no chão, nada quando olhou...Surpresa! A barata, nas suas pernas batendo as asinhas, parecia que estava morrendo de rir da senhora.

A dona da casa , do guarda-roupa e da caixa baú de fotos, perdeu a paciência, deu uma sacudida na perna, ela caiu  ciscando de costa no chão , com as mãozinhas postas, parecia que estava rezando e...

Plaft, chinela nela, foi o único jeito de vê-la dar um último suspiro, com as patinhas postas como se estivesse rezando, com cara cínica de riso.

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Minha primeira boneca


                                                               Monólogo editado
                          
 Ah como era feia a minha boneca! Feia, muito feia!

Não era uma boneca qualquer, como as bonecas de lojas: bonecas de porcelana rosada, com vestidos de cetim. Ou aquelas de marcas famosas, feitas de um material róseo cheirando a coisa nova.

Já a minha, foi comprada na feira. Uma boneca de pano grosseiro, de algodão cru, vestido de chita. Mas era a minha boneca Hosana querida. Minha amiguinha inseparável.

Ela não tinha os olhos azuis brilhantes, nem cílios longos. Tinha olhos pretos, boca vermelha, feitos de linha de bordado. Eram olhos e boca, já tão desbotados!

A boca, então, não tinha traços delicados. As pernas eram compridas sem curvas, sem joelhos, sem pé e sem dedos. Mas era a minha boneca.

Seu corpo desengonçado sem formas perfeitas...! Seus braços então, tais quais as pernas.  Mas era a minha boneca que eu gostava. Ah, e como dela eu me orgulhava!

Eu sempre pensava: “Já que ela não tem beleza, vou fazer mais e mais vestidos de retalhos de tecidos finos, para, de vez em quando, transformá-la”.

Ganhei uma caixa usada, de charutos, e usei como baú para guardar suas roupinhas. Em pouco tempo já era uma coleção.

Troca daqui, troca dali, enfeitava Hosana. Mas era só isso que eu conseguia: Enfeitá-la!

O tempo passou! Outras bonecas mais vistosas eu ganhei. Mas nunca abandonei a minha boneca feiosa.

Um fatídico dia, vendo bonecas que dormiam e choravam nos braços de ricaças meninas, pensei numa ideia, tampouco brilhante: “Se minha Hosana não chora e nem dorme, posso fazê-la beber”.

E foi com esse pensamento inocente, que eu vi mais que de repente, minha boneca Hosana “morrer”. Com sua carinha de mofo pintada, mais feia estava. Mas era a minha boneca!

Perdi... A enterrei numa cova, lá no fundo do meu quintal, com todas as honra e choros, e um adeus a minha primeira boneca.


                                                  Dora Duarte
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