(conto infantil)
Era uma vez uma menina, filha de um pescador. Apesar da maior parte do tempo, ficar com sua mãe naquela pequena Aldeia, ela era mais apegada com o pai, por ficar muito tempo ausente.
Quando o pai estava em casa, brincava muito com ela. Dias de chuva quando não podia ir pescar no seu Veleiro Azul em alto mar, passava boa parte do tempo brincando com a filha, fazendo seus gostos. Enquanto fazia barquinho de papel , ele cantava para filha :
Mandei fazer um barquinho/ De papel de papelão/
Pra mandar pro meu benzinho/
Dentro vai meu coração.
E a menina pedia: ─canta mais papai!
Ele repetia... Depois que terminava de fazer o barquinho, falava para filha para ficar na janela, para ver o barquinho vir na enxurrada da rua.
Lá se vai o papai, sem se importar com a chuva e trovoadas, se molhar, para fazer alegria da filhinha ver, o barquinho passar diante da sua janela.
A menina aplaudia com entusiasmo e pedia: ─Mais uma vez papai!
Assim ele repetia várias vezes até propositalmente deixar o barquinho ir embora nas águas.
Depois molhado entrava em casa tomava um banho... Roupas secas, abraçava e beijava a filha com muito amor.
Certo dia, o pai saiu no Veleiro Azul como de costume para a pescaria. De repente caiu uma tempestade com ventania. A tarde caiu, a noite chegou e nada do seu pai voltar. A menina chorava, sua mãe também ,mas tentava assim mesmo consolar a filhinha.
No dia seguinte, ainda chorando, secou as lágrimas teve uma idéia de chamar o povo da Aldeia, numa corrente de muita fé para cantar uma cantiga do Veleiro Azul que ela aprendera um dia ouvindo alguém cantar...Quem sabe o seu papai voltaria com os poderes de Deus, assim fez...
A praia ficou lotada , ela puxou a canção e o povo em seguida cantava...
Minha gente cantar junto/ Pro Veleiro Azul voltar
Ele foi há muito tempo
Perdeu-se em alto mar/
Papaizinho foi com ele/
Mamãe ficou a chorar/
Minha gente canta junto/
Pro Veleiro Azul voltar...
Repetiram em coro por várias vezes como se fosse uma prece...
E não é que de longe a menina viu um pontinho azul brilhando em alto mar? De tom mais claro que as águas azuladas do mar. Ela não se conteve de alegria e gritou:
─Lá vem papai, vivaaaaaa!
Foram muitos abraços e agradecimentos. Ele contou que devido a tempestade, ancorou numa ilha e dormiu num casebre de abrigo para pescadores.
Naquela Aldeia alegria voltou a reinar.
Considerações:
(Letras e músicas são das novelas infantis da antiga extinta TV Excelsior, canal 9
“A pequena órfã” e “A menina do veleiro azul”
Adaptados à historinha.