Coisas de Criança

Coisas de Criança é...Brincar

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Contos, poesias,brincadeiras tradicionais, cantos e cantigas de roda, para gente miúda e graúda, desde que deixe a criança que existe em você se soltar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O gatinho Fiufiu




                     

          Fiufiú era um gatinho  de pelo totalmente branquinho, olhos azuis e cheio de peraltices.Como todo gato nos primeiros meses de vida, não parava quieto, corria atrás de qualquer coisa rasteira que se mexia. Vivia confinado num apartamento no subúrbio de uma cidade barulhenta. Quando subia na janela para ver o mundo, seus olhinhos brilhavam, era o que conhecia: carros, motos gente transitando, aqui ali, um cachorro. Como intuitivamente tinha medo daquele mostrengo!
               Certo dia,  viu-se dentro de uma gaiola, sua dona falava coisas que ele não entendia, sabia que era com ele, por causa dela falar seu nome pensou: “será novamente aquela espetada dolorida no seu corpinho?’”, As vacinas que ele tomava., Não!!! Aquela viagem era mais longa, demorada. Era uma mudança de residência.
             Ah, aquilo sim era uma moradia boa, uma casa com um quintal enorme, cheio de árvores, gramado e perto dali, uma pequena mata cheia de arbusto. Fiufiú observou tudo aquilo quando desceu do carro e saiu da gaiola, mas ficou triste porque ficou preso em casa, queria mesmo era correr e fazer peraltices naquele imenso quintal.
Fiufiú, ouvia latidos na vizinhança, se assustava e pensava: “Não aqui também esses mostrengos ameaçadores?! Olha pela janela da sala e avista no quintal vizinho um baita Pitibul e mais outro cão vira-lata, pareciam ferozes e eram.Como fazer para dar uma ´escapadinha”e não ser visto por os vizinhos indesejáveis?
Pensando consigo, no primeiro descuido da dona da casa, iria dar um passeio, mas um passeio silencioso, sem miado, se não, até porque ele como gato, queria mesmo era subir nas árvores, no muro sem ser visto. Assim aconteceu... Nos primeiros dias de casa nova, era uma prisão, depois a sua dona relaxou, o deixando passear na sacada, depois no quintal, mas Fiúfiu queria mesmo era subir nas árvores, era mais interessante.
Assim o fez... No final da tarde, quando tudo era silêncio, os vizinhos dormiam, ela com jeitinho foi subindo galho sobre galho, achou pouco, pulou para fora do quintal, nas outras árvores da pequena floresta, subiu, subiu e não soube descer, pensou:  vai ser o meu fim se eu miar, chorar, os mostrengos me atacam, espero que minha dona dê falta de mim” . Passou a noite toda naquele frio, nem dormiu ,incomodado apenas cochilava, tomou um  susto quando ouviu os latidos  vindo do quintal do inimigo e vozes o chamando.
Fiufiú, foi salvo, com maior trabalho de resgate por dois meninos a pedido da Dona. Naquele dia , ele comeu , bebeu e dormiu quietinho como nunca,  por horas a fio dentro da sua caminha no  aconchego da casa. Ufa, foi um grande susto, será que ele aprendeu a lição?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Os Palitos Soldadinhos(Conto)



                             Os Palitos Soldadinhos



Por esta a monitora de adolescentes  de um acampamento não esperava. Naquele final de tarde fatídica, onde quase todos já se arranjavam para recolher, ela deu falta de um deles. Com seu longo apito juntou todos, contou, recontou e realmente faltava o mais desobediente. Pediu que todos fossem  para a barraca, ela teria que ir procura-lo pelas redondezas, chamando-o com as mãos em formas de conchas e nada...

Quando se deu conta, já havia avançado boa parte da mata fechada. Escureceu  rapidamente, o silencio se fez presente, apenas o piar da  coruja.  O que fazer? Nem achou o “desobediente” e acabou ela mesma se perdendo, justo ela que tinha feito curso de salvamento e sobrevivência na floresta, saiu desprevenida sem a bússola , achava que o menino poderia  estar  pelos  arredores. Que nada! Assim naquela escuridão, nem lua, nem estrela para iluminar havia.

Caminhando sem saber do  seu paradeiro, ouvindo seus passos firmes nas folhas, sentiu e ouviu algo fazendo um barulhinho nela: “fo,fo,ro,fo,fo ro”, lembrou-se do que era e seria a sua tábua de salvação . Esfriava, perdera a noção de quantas  horas  tinha caminhado. Muita sorte estar com duas coisas importantes naquele momento, o seu lenço inseparável , embrulhou-se nele e ela , a ilustre caixa de fósforo. Segurou firme nela, pensou naqueles “palitos soldadinhos”,  tanto  matavam como salvavam e assim que os imaginavam dentro daquela caixa –  se faço uma fogueira e causo um incêndio?! Mataria todos os animais, inclusive ela -.

Pensou, pensou, mata fechada... o que fazer? Eureca! Juntou folhas secas e verdes para fazer muita fumaça, riscou quantos fósforos foram necessários e assim formou-se uma  fumaceira. Não  tinha duvida nenhuma que um dos responsáveis , ou mesmo os jovens já teriam chamado o socorro, quem sabe o fujão já teria ate aparecido. De  repente um barulho ensurdecedor de hélice aproximou , uma luz naquela escuridão , acenou o seu lenço no alto,que  quase foi engolido pelo vento artificial , ouviu uma voz muito forte e uma corda ao seu alcance. Final da história o fujão já tinha voltado, levou uma bronca dela, enfim tudo se resolveu. Ufa, bendita  caixa de fósforo e seus soldadinhos!

                                         ( Dora Duarte)
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